Audiência pública sediada na Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt), em Cuiabá, na tarde desta segunda-feira (8), debateu a expansão da Ferrovia Senador Vicente Vuolo de Rondonópolis a Cuiabá.
De acordo com o deputado estadual Carlos Avalone (PSDB), que um dos vice-presidentes da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), o crescimento do escoamento da produção de grãos de Mato Grosso, por meio da BR-163, é tido como um dos motivos para a retomada das discussões de expandir os trilhos da ferrovia, além de propiciar empregabilidade.
“A Brado, uma subsidiária da Rumo fez um estudo e concluiu que aqui na baixada cuiabana, nós temos 20 milhões de toneladas de carga que vem no retorno da ferrovia, que sobe do interior de São Paulo e vem para Cuiabá. Hoje nós levamos de grãos 21 milhões de toneladas, então Cuiabá já passa a ser importante para a Rumo, porque garante o retorno do trem cheio”, explicou o deputado.
A operadora ferroviária Rumo, responsável por movimentar o principal corredor ferroviário do país, que liga a Região Centro-Oeste ao Porto de Santos (SP), demonstra interesse na expansão, porém, aguarda liberação do Tribunal de Contas da União (TCU) para antecipar a outorga da ferrovia em São Paulo, atrelada ao projeto de Mato Grosso.
Segundo o diretor de relações institucionais da Rumo Logística, Guilherme Penin, a autorização do TCU é sobre a expansão da capacidade da malha paulista, porque Mato Grosso tem capacidade ferroviária e hoje a ferrovia que opera em Rondonópolis é de ótima qualidade.
“Essa autorização do TCU é fundamental porque vai destravar uma série de obras que estão sendo feitas em São Paulo, para que as cargas que vêem cheguem com eficiência ao Porto”, destacou Penin.
Ele afirma que hoje existem dois processos em andamento: o destravamento do TCU sobre a expansão da capacidade de São Paulo e a autorização da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) sobre a expansão da ferrovia em Mato Grosso, processos paralelos, fundamentais importantes para o Estado.
Caso haja parecer favorável, a Rumo Logística prevê o início das intervenções para a construção da ferrovia de Rondonópolis a Cuiabá, no primeiro semestre de 2020, com investimentos de aproximadamente R$ R$ 7 bilhões.
“A principal chave é o governo federal, as concessões ferroviárias quase todas no Brasil são federais, porque atravessam mais de um estado”, justificou o diretor da Rumo Logística, que apontou que apesar da grande discussão vir do governo federal, os governos municipais e estaduais precisam se mobilizar.
“O que o governo estadual e os municípios precisam fazer é apoiar e reivindicar junto ao governo federal as autorizações para que a gente possa fazer esses investimentos, e claro, fomentar o surgimento de boas empresas que queiram fazer negócios de logística, toda a cadeia do transporte e industrial, para que seja fomentada, porque a ferrovia ela vive de carga e onde tiver carga, nós temos que estar esse é o papel do Estado e dos municípios nesse momento”, analisou.
A Rumo aguarda a autorização para antecipação da renovação de outorga para investir na ampliação da Malha Paulista e na expansão da Ferronorte em Mato Grosso. O processo deve chegar ao ministro Augusto Nardes nesta semana.